Santa Maria.
27.01.2013
Hoje a Santa adormeceu,
A Santa não viu o que decorria.
Hoje ela não percebeu;
Não percebeu os Mil e quinhentos jovens,
Não recebeu os 245 sonhos,
Não acalmou as 245 mães.
Hoje, por um deslize,
Não foi encontrado culpado,
Nem mal intencionado.
Hoje o tempo foi curto,
A respiração ofegante,
A fumaça escura,
O desespero breve,
Hoje, nem ele teve tempo.
Hoje os minutos foram fatais,
Os corpos se amontoavam,
Os sonhos se perdiam,
Os celulares tocavam,
Os pais esperavam.
Hoje o dia não amanheceu pra 245,
Hoje as mães e pais também não vivem mais,
Apenas sobrevivem, apenas esperam.
Esperam que o tempo volte,
Esperam o barulho da chave na porta.
Hoje eles esperam o beijo,
Esperam o abraço,
Esperam o cheiro,
Esperam os passos em sua direção, ou somente a chance de um
adeus.
Hoje eles esperam compaixão,
Compaixão de Deus,
Compaixão de um Mundo que não tem coração,
De um Mundo que atropela toda esperança,
Porque hoje a dor da espera é em vão.
Um toque de sutileza e sensibilidade, por um fato hostil.
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